segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Modelização da Função Logística TV a Cores


No estudo do ciclo de vendas das Televisões a cores foi definido que o seu crescimento teria uma curva muito semelhante ao de uma população, sendo que este processo natural descrito por uma curva logística (curva sigmóide). No suporte a simulação deste comportamento, foi utilizada a ferramenta Excel. As folhas de cálculo são por excelência ferramentas de modelização mais utilizadas, agregando funções financeiras, estatísticas e matemáticas.

Neste enquadramento, foi adaptada a modelização do comportamento das vendas segundo a função logística:
Parâmetros
Valores
a
1,07
b
0,31
c
7
k
0,45

Função logística das vendas = a / (b + C * EXP(-k*Período))

Período
Vendas
Função Logística
1
0,02
0,224159018
2
0,16
0,339038086
3
0,33
0,503604816
4
0,48
0,72933384
5
1,20
1,02119254
6
1,75
1,371023954
7
2,00
1,754199333
8
2,51
2,134594962
9
2,37
2,47710058
10
2,94
2,759417652
11
2,87
2,975661901
12
2,94
3,132171185
13
3,13
3,240859849
14
3,24
3,314190184
15
3,15
3,362705599
16
3,52
3,394388973
17
3,54
3,414904782
18
3,31
3,428116219
19
3,55
3,436593706
20
3,37
3,442021116
21
3,37
3,445490745
22
3,40
3,447706732
23
3,70
3,449121197
24
3,49
3,450023705

Representação gráfica das vendas de Televisões a cores:



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Folha de Cálculo como DSS

Apoio à decisão empresarial
No enquadramento das empresas globais, os gestores com responsabilidades na tomada de decisões são confrontados com ambientes competitivos, em constante alteração e sobrecarregados de informação. A combinação da velocidade e acesso à Internet, e desenvolvimento de tecnologias tem encaminhado à sofisticação de meios de suporte à decisão perante o risco e condições incertas. Estes meios de suporte possuem o potencial de melhorar a decisão e sugestões de soluções, capacitando os gestores de melhores condições.

Evolução dos DSS
Na descrição histórica dos Sistemas de Suporte à Decisão (DSS) realizada por D. J. Power foi evidenciada a repartição entre dois desenvolvimentos: Teórico – Meados dos anos 70, com conferências e discussões no meio universitário e, Aplicacional – a partir de 1980 com a afirmação de muitas actividades associadas à construção e estudo dos DSS, quer no meio universitário como nas organizações, com resultados no aumento do âmbito das aplicações DSS. E a caracterização em cinco tipos de DSS que tendencialmente são/serão:
·         Data-driven – Utilizam o acesso rápido e em tempo real a base de dados integradas e de elevada dimensão;
·         Model-driven – Mais complexas, mas compreensíveis, utilizando sistemas construídos para utilizar simulações e permitir uma visualização realística da informação;
·         Document driven – Acesso a maiores repositórios de dados não estruturados e os sistemas apresentam os documentos em formatos em que possam ser utilizados;
·         Communications-driven – Utiliza a infra-estrutura e comunicações tecnológicas para facilitar a decisão colaborativa e comunicação. As ferramentas mais utilizadas são o vídeo e áudio conferência, mas também as ferramentas de groupware;
·         Knowledge-driven – Sugerem e recomendam acções aos gestores, e são normalmente sistemas espacializados em determinada resolução de uma especialidade.

De facto, um sistema de suporte à decisão seja este desenvolvido em model-based, knowledge-based ou outros, tem como intenção o suporte à decisão dos gestores em problemas semiestruturados e não-estruturados (Turban & Aronson, 2001). Um DSS não tem pretensão substituir o gestor, mas sim, ser uma extensão das capacidades para melhor decidir. Junta informação, providencia um claro interface para o utilizador e pode incorporar a própria visão do gestor. Para além de um sistema de informação, os DSS são também designados de intelligent pois adicionam ao modelo base, simulação, optimização da performance, análises e cálculos algoritmos, fornecendo sobretudo o auxílio ao utilizador na realização da decisão. Cujo principal propósito de um DSS é o suporte ao processo de tomada de decisões por parte dos gestores, incrementando a qualidade das suas decisões e reduzindo o tempo útil para decidir. E simultaneamente identificar melhores metodologias e processos para a tomada de decisões.

Em suma, e segundo G. M. Marakas (1999), um DSS atribui aos utilizadores um acesso a uma variedade de fontes de informação, a técnicas de modelização e facilita o conhecimento através de um interface gráfico (GUI – graphical user interface).

Folha de cálculo como DSS
De entre todas, as folhas de cálculo são as ferramentas de modelização mais utilizadas, pois incorporam as funções financeiras, estatísticas, matemáticas e muitas outras funções. Estas folhas de cálculo têm evoluído e afirmado como uma importante ferramenta de análise, planeamento e modelização. A escolha sobre uma folha de cálculo com DSS possui inúmeras vantagens: é acessível, é conhecida pela maioria dos gestores, é de fácil aprendizagem, permite variadíssimas análises – optimização, simulação e análise what-if. É incontornável que o desenvolvimento dos programas de folhas de cálculo tem tido uma enorme influência no desenvolvimento dos DSS, especialmente nos model-driven DSS.
De referir a importância que Dan Bricklin e Bob Frankston tiveram no desenvolvimento do conceito de folha de cálculo, quando em 1979 iniciaram a distribuição para o computador-pessoal Apple II do seu programa de folha de cálculo VisiCalc. As seis milhões de licenças vendidas foram prova da enorme utilidade que proporcionavam aos seus utilizadores. Pela definição (wikipedia): “a folha de cálculo é um programa de computador que utiliza tabelas para a realização de cálculos ou apresentação de dados, sendo que, cada tabela é formada por grelhas compostas de linhas e colunas. A célula é o elemento de cruzamento entre uma linha e coluna, na qual podem ser efectuados cálculos por meio de fórmulas”.

Microsoft Excel como DSS
Actualmente, o Microsoft Excel é a aplicação com maior divulgação ao nível das folhas de cálculo, tendo tido o seu início em 1985, encontra-se na versão 14 (Excel 2010). Como principais características aplicacionais enumera-se a funcionalidade de armazenamento e organização de informação, realização de inúmeros cálculos e possibilidade de adição de Add-Ins para análise e resolução de problemas avançados.
No desenvolvimento do Excel como ferramenta DSS consideram-se as funcionalidades de análise estatística, programação matemática, simulação e queries em grandes dados e informação. A utilização da linguagem VBA (visual basic for applications) permite uma maior manipulação das funcionalidades do Excel e desenvolvimento de interfaces, nos quais os utilizadores finais interagem com as suas próprias variáveis, mantendo os cálculos em segundo plano.
Na construção de um DSS baseado no Excel consideram-se:
·         Inclusão de instrumento de desenvolvimento dos principais componentes de um DSS: data management, model management, GUI e knowledge management;
·         Versatilidade de importação e ligação a diferentes fontes externas de informação e formatos. Para além de drivers para acesso a aplicações Microsoft, e também a outras bases de dados OLAP e drivers ODBC;
·         Utilização da Microsoft Query para conectar a fontes externas de dados e efectuar queries de filtragem e actualização de dados;
·         Aumento considerável do nº de linhas e colunas que cada folha possui, incrementando o volume de dados e variável a serem consideradas no modelo;
·         Desenvolvimento do interface DSS através de VBA;
·         Inclusão de uma variedade elevada de gráficos e visualização representativas da informação;
·         Criação de PivotTables para report de uma ou duas dimensões;
·         Utilização do SQL Server Analysis Services para elaboração de relatórios;
·         Capacidade de desenvolver análises what-if e construção de cenários;
Ainda no âmbito dos AddIns, a existência de inúmeros fabricantes de software que desenvolvem aplicativos de integração com o Excel, a título exemplificativo, a Palisade possui um conjunto integrado de programas para análise de risco e tomada de decisão em casos em que existe incerteza. O programa é executado no Microsoft Excel. De modo integrado, efectua análise de risco por meio de simulação, executa análises de decisão e executa análises de sensibilidade automatizadas de variações hipotéticas (what-if). Além desses componentes, desenvolve soluções que são usados para previsão, optimização e análise de dados. Todos os programas foram projectados e desenvolvidos para funcionar facilmente de modo integrado.

No fundamental, a elevação das capacidades e funcionalidades das folhas de cálculo têm potencializado a ferramenta para utilização como Decision Support System, onde mais facilmente poderão ser desenvolvidos modelos de teste e análise de informação capazes de produzir e auxiliar na tomada de decisões.

Referências

Marakas, G. M. (2003), Decision Support Systems in the 21st Century, Prentice Hall.
Power, D.J. (2003), A Brief History of Decision Support Systems, DSSResources.COM, http://dssresources.com/history/dsshistory.html, Versão 4.1 05/11/2011
** University of Pretoria, Constructing a DSS, http://upetd.up.ac.za/thesis/available/etd-03042004-105746/unrestricted/03Chapter3.pdf , 05/11/2011